Os fiéis sempre invocam nome de Maria com a esperança de que Ela os ajudasse a resolver seus problemas pessoais. Assim este título não é novo, pois a Mãe de Deus na liturgia tem sido denominada “Esperança dos desesperados”.
Algumas vezes Ela é também invocada e identificada com Senhor do Amor Divino, da Expectação, pois alguns lugares esta devoção se referia à Esperança do Parto, pelo qual a Virgem Mana daria à luz brevemente o filho de Deus. Neste caso ela era representada grávida, tendo sobre o seio a pomba Divina, símbolo do Espírito Santo.
O mais antigo santuário de Nossa Senhora da Esperança de que se tem notícia é o da cidade de Meniézes, na França, construído no ano de 930. Depois dele vários outros foram erigidos, espalhando-se este orago por toda Europa.
Em Portugal, este culto desenvolveu-se muito na época das grandes descobertas marítimas, figurando entre 05 seus devotos o comandante Pedro Álvares Cabral, que possuía uma bela imagem da Padroeira sua residência, trazendo-a consigo sua feliz viagem às Índias.
O Brasil foi portanto descoberto sob o olhar terno e protetor da Mãe da Esperanca. Esta efige histórica mostra a Virgem Santíssima com o Menino Jesus sentado seu braço esquerdo e apontando para uma pomba, que repousa sobre o seu braço direito.
Ela está atualmente na cidade de Belmonte, numa capela onde se diz ter sido batizado o descobridor do Brasil, e foi trazida novamente ao nosso país durante o congresso Eucarístico Internacional do Rio Janeiro, 1955.
Nos tempos modernos a devoção a Nossa Senhora da Esperança foi revivida Saint Brieuc, na Bretanha, e espalhou-se de maneira excepcional após a aparição da Virgem Maria Poitmain, no dias terríveis da invasão prussiana, quando o inverno, a fome e a guerra se uniram para castigar o povo francês.
O dia 17 de janeiro foi 1871 especialmente sombrio para a história da França. Paris estava sitiada e as tropas retirada. O bispo de São Brieuc desesperado, fez um voto solene a Nossa Senhora da Esperança para que salvasse sua pátria e ordenou que o mesmo fosse lido na capital às seis horas da tarde.
Mais ou menos a essa hora, na vila Pontmain, próxima às linhas inimigas, o Sr. Barbedette terminava seu celeiro o trabalho cotidiano, auxiliado pelos filhos: Eugênio, de 12 anos, e José de 10. Escurecia e o mais velho, cansado, saiu um pouco para espairecer e ver como estava o tempo lá fora.
Qual não foi sua surpresa, quando sobre uma casa próxima, a poucos metros de distância, avistou uma jovem senhora resplendente de luz e de incomparável beleza, vestindo um traje azul salpicado de brilhantes estrelas e calçando sandálias azuis com fivelas douradas Sobre a cabeça apresentava um véu preto e por cima coroa mais alta na frente e diminuindo para trás.
O menino contemplava extasiado a maravilhosa aparição, quando uma vizinha saiu de casa. “Joana”, disse Eugênio, “a senhora não enxerga nada lá cima da casa do vendedor de fumo?” – Por maiss que olhasse, contudo, ela nada conseguiu avistar, o mesmo acontecendo com o Sr. Barbedette.
Porém seu irmãozinho José logo percebeu a visão e, além de descrevê-la do mesmo modo que Eugênio, exclamava entusiasmado: – “Como é linda! Como é linda!”
A mãe das crianças também nada enxergou, mesmo colocando os óculos, por isso achou que era uma alucinação dos meninos e levou-os para jantar. Algum tempo depois eles tiveram licença para sair e viram que a bela senhora continuava de pé no mesmo lugar.
O Sr. Vigário e a irmã Vitaline, professora dos videntes, chamados ao local nada puderam ver; no entanto duas meninas internas, que acompanhavam a Irmã, contemplaram a celestial aparição e demonstraram grande alegria ao vê-la sorrir. Emocionada, a multidão de Ccuriosos que ali se encontrava, a convite do vigário prosternou-se e começou a rezar.
Aos poucos a visão foi se transformando aos olhos das crianças. Apareceu volta da Senhora uma fita azul com quatro velas, duas na altura dos ombros e duas no joelhos. Mais tarde outra fita muito comprida desenrolou-se sob os pés da Virgem e uma pena invisível escreveu os seguintes dizeres: “Mas rezai, meus filhos, Deus, vos atenderá dentro breve.
Meu filho se deixa enternecer”. Viram depois nas mãos de Maria um crucifixo vermelho e uma estrela, que dando volta tomo da Senhora acendeu as quatro velas, parando seguida sobre a sua cabeça. Finalmente às 20:45 um véu subiu pouco a pouco e escondeu a aparição.
Este fato extraordinário despertou vivo interesse na região, principalmente porque dez dias depois foi assinado o armistício, terminando a sangrenta guerra entre a França e a Alemanha. O bispo de Laval, após detalhados exames sobre o assunto, publicou a 02 de fevereiro do ano seguimte uma pastoral admitindo a realidade da aparição e autorizando o culto da Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da Esperança de Pointmain.
Foram inúmeras as graças alcançadas no lugar da aparição e pouco depois erigiu-se ali uma bela basílica, que foi entregue aos cuidados dos padres Oblatas de Mana Imaculada, ordem para a qual entrou posteriormente José Barbeaste, um dos pequenos videntes.
A Ordem dos Oblatas, instituída na França princípio do século XIX, espalhou-se pelo mundo devido à sua admirável obra missionária, chegando ao Brasil 1946. Oito anos depois, os padres estabeleceram Poços de Caldas, no bairro operário de Vila Cruz, onde formaram um colégio para crianças pobres.