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São João José da Cruz: "Tudo o que Deus permite, permite para o nosso bem"

São João José da Cruz

São João José da Cruz 05 MarçoMar 2025 00:00 UTC

Carlos Caetano Calosinto é seu nome de batismo. Ele é natural da Ilha de Isca, na Itália. Desde criança, em casa, tinha devoção a Maria. Ao longo da vida, sempre invocava a Nossa Senhora, pedindo conselhos e conforto nas situações mais difíceis. Nasceu em família rica e religiosa. Estudou com os agostinianos, para que sua formação religiosa fosse mais completa. Ali, o pequeno apaixonou-se por Jesus. E ouviu a sua voz de Jesus, que o chamava para dedicar toda a sua vida a Ele.

Vocação ao despojamento: Com apenas 16 anos, o jovem entrou para o convento de Santa Luzia no Monte, em Nápoles, onde mudou seu nome para João José da Cruz, no dia da sua profissão religiosa, aos 17 anos. Viveu entre os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos como Alcantarinos.

Devoção particular a Nossa Senhora: Maria, como mãe carinhosa e fiel, o cobria de carinho e, às vezes, até lhe permitia fazer prodígios. Como Superior dos Alcantarinos, sempre manteve uma pequena imagem de Maria em sua escrivaninha, a qual contemplava e à qual se dirigia, em oração, antes de qualquer decisão ou pronunciamento. “Ele não sabia viver sem ela”, dizem seus biógrafos e muitos testemunhos dos frades, aos quais recomendava prestar homenagem a Ela, pois d’Ela “receberiam consolação, ajuda e luz para resolver os problemas”. O frade confidenciou suas últimas palavras sobre Maria, no leito de morte – 5 de março de 1734 – ao irmão que o assistia: “Recomendo-lhe Nossa Senhora”: esse pode ser considerado seu testamento espiritual.

Amor à pobreza: O frade sabia imitar a Irmã Pobreza com perfeição, ia à busca dos pobres, não apenas nas esquinas das ruas, mas também nas favelas e casebres. Durante toda a sua vida teve apenas um hábito, que, com o tempo, ficou todo remendado. Por isso, recebeu o apelido de “frade dos cem remendos”.

Fiel a São Pedro Alcântara: João José foi escolhido para fundar um novo mosteiro em Piedimonte. Ali, construiu também um pequeno eremitério, que ainda hoje é meta de peregrinações, chamado “A Solidão”. Durante a sua vida, teve de assistir a divisão entre os Alcantarinos da Espanha e os da Itália. Desses últimos, tornou-se Provincial e, como tal, trabalhou por vinte anos até conseguir reunir novamente a família. Foi alvo de tantas críticas injustas e até calúnias, às quais respondeu fazendo o voto de silêncio. Teve, entre outros, o mérito de restaurar a disciplina religiosa em muitos conventos da região napolitana, sempre muito fiel ao seu fundador dentro da família franciscana.

Santificou-se levando outros a santidade: Morreu em 5 de março 1734, portanto, com 80 anos. João José da Cruz foi canonizado por Gregório XVI, em 1839, junto com Francisco de Jerônimo e Afonso Maria de Liguori, que o conheceram durante a sua vida e lhe pediram conselhos.

Vida Extraordinária: Ele foi rodeado de fenômenos místicos que denotam o sopro particular da graça em sua vida: bilocações, profecias, perscrutar corações, levitações, curas milagrosas e até uma ressurreição. Havia nele dons carismáticos incríveis, mas a sua santidade e testemunho de vida no ordinário falavam mais alto que tudo isso.

Oração oficial ao santo: São João José da Cruz obtém-nos a sua alegria e serenidade nas doenças, como também nas provações, embora saibamos que o sofrimento é um grande dom de Deus, que deve ser oferecido com pureza ao Pai, sem ser perturbado pelas nossas reclamações. Seguindo o seu exemplo, queremos suportar tudo com paciência, sem fazer pesar nossas dores sobre os outros. Pedimos ao Senhor a força; e a Ele agradeçamos, não apenas quando nos proporciona alegria, mas também quando nos permite doenças e as diversas provações.

Minha oração: “Oh querido frade, ensinai-nos a viver em santidade e em pobreza de coração. Com a vossa intercessão, envia-nos um espírito de fidelidade e amor a Jesus, para que assim possamos caminhar rumo à santidade de vida. Faz de nós imitadores da Sabedoria e repletos de bons conselhos para os nossos irmãos e irmãs. Amém!”

São João José da Cruz, rogai por nós!


Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 05  de março:

Martirológio Romano

1.   Comemoração de São Teófilo, bispo de Cesareia, na Palestina, que, no tempo do imperador Septímio Severo, resplandeceu pela sua sabedoria e integridade de vida. († 195)

2.   Na Panfília, na actual Turquia, São Cónon, mártir, um jardineiro que, no tempo do imperador Décio, foi obrigado a correr diante dum carro, com cravos espetados nos pés e, caindo de joelhos, em oração entregou o espírito a Deus. († c. 250)

3.   Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, o sepultamento de São Lúcio, papa, sucessor de São Cornélio, o qual, tendo padecido o exílio pela fé de Cristo, foi um exímio confessor da fé, enfrentando as dificuldades do seu tempo com admirável moderação e prudência. († 254)

4.   Em Sinope, no Ponto, na actual Turquia, São Focas, mártir, um jardineiro que passou muitos tormentos pelo nome do Redentor. († c.s. IV)

5.   Em Cesareia da Palestina, Santo Adrião, mártir, que, durante a perseguição do imperador Diocleciano, por mandado do prefeito Firmiliano, num dia em que os habitantes da cidade costumavam celebrar a festa “Fortuna dos Cesarenses”, por causa da sua fé em Cristo foi primeiramente lançado a um leão e depois degolado à espada. († 309)

6.   Na Palestina, junto ao rio Jordão, São Gerásimo, anacoreta, que, no tempo do imperador Zenão, reconduzido à verdadeira fé por Santo Eutímio, praticou grandes obras de penitência, oferecendo a todos os que sob a sua direcção se exercitavam na vida monástica a ciência da rigorosa observância e admirável frugalidade. († 475)

7*.   Em Sahighir, na região de Ossory, na Hibérnia, hoje Irlanda, São Kierano ou Cirano, bispo e abade. († 530)

8*.   Em Arles, na Provença, região da actual França, São Virgílio, bispo, que deu hospedagem a Santo Agostinho e aos monges que iam a caminho da Inglaterra, enviados pelo papa São Gregório Magno. († c. 618)

9*.   Em Vigébano, na Lombardia, região da Itália, o Beato Cristóvão Macassóli, presbítero da Ordem dos Menores, insigne pela sua pregação e pela caridade para com os pobres. († 1485)

10*.   Em Nápoles, na Campânia, também região da Itália, o Beato Jeremias de Valáchia (João Kostistik), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que durante quarenta anos assistiu ininterruptamente aos enfermos com grande caridade e alegria. († 1625)

11.   Também em Nápoles, São João José da Cruz (Carlos Gaetano Calosirto), presbítero da Ordem dos Frades Menores, que, seguindo o exemplo de São Pedro de Alcântara, restaurou a disciplina da Regra em muitos conventos da Província Napolitana. († 1734)

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