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Dom Odilo institui 215 ministros da Catequese para a Arquidiocese de São Paulo
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Dom Odilo institui 215 ministros da Catequese para a Arquidiocese de S.P

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Os catequistas são servidores da esperança da Igreja que, desde os Apóstolos, não deixa de anunciar a Boa Nova e semear a boa semente, cumprindo o mandato de Jesus’, afirmou o Arcebispo em Missa na Catedral da Sé

“Ó Pai, que nos fazeis participar da missão do vosso Filho e enriqueceis a vossa Igreja com abundantes dons do Espírito, abençoai estes vossos filhos escolhidos para o ministério de Catequistas. Concedei, nós vos pedimos, que vivam plenamente o seu Batismo, cooperando com os pastores nas diversas formas de apostolado, no anúncio do Evangelho e na transmissão da fé, para a edificação do vosso Reino”. 

Com esta prece, em missa na tarde do sábado, 22, na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, instituiu os primeiros 215 ministros da Catequese na Arquidiocese de São Paulo.

Este ministério não ordenado foi instituído pelo Papa Francisco em 10 de maio de 2021, com o motu proprio Antiquum Ministerium. Trata-se de um “serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais identificadas pelo Ordinário do lugar [o Bispo ou Arcebispo], mas desempenhado de maneira laical”, conforme se lê na carta em que o Pontífice também delegou ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, às conferências episcopais e aos bispos diocesanos, o encargo de regulamentar sua aplicação. Em abril de 2024, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, 19 catequistas, de cada um dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foram os primeiros a receber este ministério no País. 

“Todos os catequistas que hoje foram instituídos no ministério de catequista passaram por um processo formativo na nossa Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta ao longo de um ano, com encontros mensais de formação dados pelos assessores da escola nas regiões episcopais. Ao final desse percurso, eles participaram de um retiro”, detalhou, ao O SÃO PAULO, o Padre Paulo César Gil, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano para a Animação Bíblico-Catequética.

SERVIDORES DA ESPERANÇA DA IGREJA’: Dom Odilo, ao saudar os participantes da missa, recordou que a celebração também ocorria no contexto da peregrinação dos catequistas à Catedral da Sé por ocasião do Jubileu 2025: “Vamos acolher a graça do Ano Jubilar com a indulgência que Deus nos concede”. 

Na homilia, o Arcebispo Metropolitano recordou que a Catequese – o mais antigo ministério da Igreja, como destaca o Papa Francisco no motu proprio Antiquum Ministerium – é uma ação feita de esperança. 

“Semeamos com amor e intensidade, esperando que a boa sementinha do Evangelho possa ser acolhida por corações bem dispostos para produzir seu fruto a seu tempo. E os catequistas são servidores da esperança da Igreja que, desde os Apóstolos, não deixa de anunciar a Boa-Nova e semear a boa semente, cumprindo o mandato de Jesus”, destacou Dom Odilo, afirmando que a missão de fazer todos os povos discípulos de Cristo se mantém atual para todos os batizados. 

NÃO É UM SERVIÇO ‘CLERICAL’ : O Arcebispo Metropolitano também sublinhou que a instituição do ministério de Catequista é fruto do amadurecimento da Igreja, após o Concílio Vaticano II, a respeito da diginidade e missão dos batizados como discípulos e missionários de Jesus e testemunhas do Evangelho. Ressaltou, ainda, que o ministério de catequista “não é um serviço ‘clerical’, embora os ministros ordenados devam ser sempre os primeiros catequistas em suas comunidades. É serviço dos batizados, que se reconhecem como filhos de Deus e discípulos de Jesus e experimentaram em suas vidas o amor de Deus e a preciosidade dos bens da fé vivida na Igreja”. 

Dom Odilo fez ainda menção à carta do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos que acompanha o rito para instituição deste ministério, segundo a qual os catequistas, “em virtude do Batismo, são chamados a serem corresponsáveis na Igreja pelo anúncio e a transmissão da fé, desempenhando esse papel em colaboração estreita com os ministros ordenados e sob a sua guia.

Catequizar é ajudar alguém a perscrutar o mistério de Cristo em todas as suas dimensões. Catequizar é desvelar na pessoa de Cristo o inteiro desígnio de Deus, que se realiza na pessoa de Cristo. É procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo, dos sinais (milagres) realizados por Ele, pois esses, ao mesmo tempo, ocultam e revelam o seu mistério”. 

O Arcebispo também reforçou que este ministério, por ser um serviço estável, “é conferido a quem mostre ter a vocação de catequista, certa maturidade humana e firme experiência de vida cristã e amor à Igreja, capaz de testemunhar a fé não apenas por palavras, mas pela sua própria vida”. 

Dom Odilo também enfatizou que o ministro da Catequese não terá atuação limitada à paróquia ou comunidade da qual já participa: “Você vai ser ministro catequista onde a Igreja precisar. É um serviço da Igreja e para a Igreja, de maneira que o bispo diocesano pode chamar e enviar ministros catequistas para regiões ou áreas de sua diocese que ainda estão desassistidas de um bom serviço de Catequese, ou até mesmo para regiões missionárias fora de sua diocese”. 

SEGUIR O CATEQUISTA POR EXCELÊNCIA: Ainda na homilia, Dom Odilo recordou alguns santos que ajudaram a catequizar em diferentes épocas e contextos, como São Paulo Apóstolo, São João Evangelista e São José de Anchieta, e destacou que Jesus Cristo, o Catequista por Excelência, deve ser o modelo para todo ministro da Catequese. 

“A oração da coleta na missa deste 3º Domingo da Quaresma nos sugere o que deveria ser o verdadeiro e grande objetivo da Catequese. ‘Ó Deus, que pela Vossa graça já nos dais na terra participar dos bens do céu, guiai-nos de tal modo nesta vida que possamos chegar à luz em que habitais’. A Catequese deve ajudar os catequizados a, já nesta vida, terem gosto pelos bens do céu, o encontro com Deus, as promessas de Deus, a esperança do Evangelho”, afirmou. 

“A Catequese alimenta a vivência da fé, esperança e caridade, na firme esperança de chegar um dia à luz em que Deus habita, ou seja, à glória da vida eterna. Queridos catequistas, isso não é pouco nem pequeno”, disse ao concluir a homilia, após a qual seguiram-se os ritos da instituição dos ministros da Catequese (leia mais no texto abaixo). 

“Envio todos vocês para continuarem a missão que já exercem e agora com a bênção e a graça de Deus, confirmados em sua missão pelo ministério de Catequista. Sirvam os seus irmãos, servindo a Cristo Senhor”, exortou Dom Odilo antes da bênção final. 

Com a cruz de Cristo para anunciá-Lo com a palavra e a vida. O rito de instituição dos primeiros ministros da Catequese na Arquidiocese de São Paulo teve início após a proclamação do Evangelho da missa do sábado, 22, na Catedral da Sé, quando os catequistas foram chamados e, em pé, responderam “Eis-me aqui”. 

Após a homilia do Cardeal Odilo Pedro Scherer, alguns catequistas acenderam velas na lamparina do Jubileu 2025 e repassaram a “chama viva da esperança” a toda a assembleia de fiéis. Na sequência, fizeram a renovação das promessas batismais. Depois, o Arcebispo aspergiu a todos. Posteriomente, os catequistas se ajoelharam e Dom Odilo rezou a Deus para que “derrame com abundância a Sua bênção sobre aqueles que escolheu para o ministério de Catequista”. 

“Recebe a Cruz, sinal da nossa , fonte da verdade e da caridade de Cristo, e anuncia-O com a palavra e a vida”, disseram Dom Odilo e os vigários episcopais Dom Rogério Augusto das Neves (Região Sé), Dom Cícero Alves de França (Belém), Dom Carlos Silva, OFMCap. (Brasilândia), Padre Carlos Alberto Doutel (Santana) e Padre Jorge Bernardes (Ipiranga) ao fazerem a entrega das cruzes a cada um dos novos ministros da Catequese. Recuperando-se de uma cirurgia, Dom Edilson de Souza Silva, Vigário Episcopal para a Região Lapa e Referencial para a Comissão Arquidiocesana para a Animação Bíblico-catequética, não participou da missa

Após a comunhão, os catequistas Joaquim José Luiz (Ipiranga), Janice da Conceição Barros Santos (Belém), Katia Nascimento de Carvalho (Brasilândia), Carmen Silvia de Ciccio (Lapa), Damião Brás (Santana) e Ana Luísa José (Sé) receberam das mãos de Dom Odilo o certificado de ministros da Catequese e o Catecismo da Igreja Católica. Os demais que foram instituídos irão recebê-los em suas paróquias nas próximas semanas. 

Em breve discurso de agradecimento ao Arcebispo, Padre Paulo Cesar Gil, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano para a Animação Bíblico-Catequética, recordou que no motu proprio Antiquum Ministerium, o Papa ressalta o papel do catequista na Igreja como testemunha da fé, mestre, mistagogo e acompanhador e guardião da memória de Deus. “Queridos catequistas, continuem perseverantes e fiéis incentivadores, para que possamos acolher a tantos outros catequistas que ainda virão. Sejamos luz e continuemos juntos na missão”, exortou o Sacerdote.

(Colaboraram: Fernando Arthur e ministra catequista Juliana Bacci)

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